quarta-feira, outubro 01, 2008

Os nossos dias (19)

Podes até sentir-te absoluto na imensa
frescura dos dias que se sucedem
mas a febre que te assola sempre que te
descobres por detrás dos processos
pousados na prateleira é suficiente
para te desaprumar o corpo e é precisamente
aí que acordas da dormência diária
para ver a luz ao fim do túnel

(Sem aviso prévio, a porta abre-se e não tens tempo para terminar o pensamento onde o poema se estava a desenhar)

Sim, senhor engenheiro, em que posso ajudá-lo?
Claro que sim, às quatro terei o procedimento revisto

Na impossibilidade de regresso ao poema
um cafezinho ao fundo das escada
- é só mais uma manhã onde te encontras
e depois te perdes

Miguel Godinho

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