quarta-feira, julho 19, 2006

O meu tédio não dorme
Cansado existe em mim
Como uma dor informe
Que não tem causa ou fim.

Não sei o que desgosta
A minha alma doente.
Uma dor suposta
Dói-me realmente.

Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.

Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...

Eu não sou eu nem o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.

In Alberto Xavier, “Al-Gharb 1146”

quarta-feira, julho 12, 2006

A bomba que vive em ti
Sabe que as coisas não são como aparentam ser
Sobrevive como se fosses Deus
como se soubesses que tudo isto é um sonho
Que tudo é uma coisa só

Miguel