quinta-feira, março 31, 2011

Estilhaços


Nos estilhaços da memória, um nome quase esquecido ainda lacera.


MG 2011

domingo, março 20, 2011


Ensaio dominical; uma BIC e a folha branca

segunda-feira, março 07, 2011

Se tudo aquilo existiu então ainda existe (I)

Agora tudo é indiferente
as pálpebras são incapazes
de segurar o sono;
é como um cortejo antigo
que devolve nomes vazios
e sem que me dê conta
regresso
sem pensar em nada
ao subúrbio onde cresci
às lições da professora zézinha
mas entretanto algo mudou
já não protesto quando me vejo sozinho
o resto não conta
(houve tanta gente que se foi)
e porque a memória é feita de nós todos
nunca me despedi verdadeiramente de ninguém

MG 2011
Apresentação "Os nossos dias" - B.M. de Olhão, 18 Março, 18h00
Verdade entre parêntesis

Nas revoltas adolescentes
a consciência de que tudo era possível
nos enredos que inventávamos
sem medo das cicatrizes.
As palavras tolas foram as mais saborosas
(e eu guardei-te para sempre o olhar)
na cegueira dos voos nocturnos
por entre os pinhais que ainda ardem
incessantemente como sangue.
Descobria o teu nome em todas as esquinas
e continuava a escrever o mesmo poema
sem preocupações,
sem que nada me incomodasse.
O suor dos nossos corpos, os disfarces inspirados,
e os antigos jogos de sedução
que não morreram e não me deixaram morrer…
A luz é eterna na fragilidade dos sonhos
e os amores antigos são tão selvagens

MG 2011

sábado, março 05, 2011



Do silêncio


ao fim do dia sentas-te em silêncio
e pensas o pensamento;
pensas o poema, o acto de pensar 
e o silêncio, o teu próprio silêncio;
e pensas no silêncio daqueles que talvez 
devessem ter dito alguma coisa
num determinado momento da tua vida;
porque o silêncio só é perfeito para quem quer dizer, 
não para quem quer ouvir


Miguel Godinho