Ainda a ponte da Sé
Naquela ponte
escrevíamos as tardes
conduzindo os barcos
que lavravam a ria
ao cais da memória
ao longe uma casa isolada
no verde das águas
devolvia a brancura da cal
e o clamor da luz
recortava sempre
o silêncio das sombras
em frente da casa
o estreito
desenhado nos canais
diluindo no mar
o céu e a terra
Miguel Godinho
1 comentário:
também me lembro desta paisagem, por vezes ainda a visito sem ser na memória.
não tarda que a ponte desapareça e entre a ria e a muralha apareçam coisas que não chamaremos nossas.
já agora, aparece no sábado em cabanas, também junto à ria e traz uns poemas.
Pedro
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