quinta-feira, janeiro 10, 2008

Ainda a ponte da Sé

Naquela ponte

escrevíamos as tardes
conduzindo os barcos

que lavravam a ria
ao cais da memória


ao longe uma casa isolada

no verde das águas
devolvia a brancura da cal
e o clamor da luz

recortava sempre
o silêncio das sombras


em frente da casa

o estreito
desenhado nos canais
diluindo no mar

o céu e a terra

Miguel Godinho

1 comentário:

Anónimo disse...

também me lembro desta paisagem, por vezes ainda a visito sem ser na memória.

não tarda que a ponte desapareça e entre a ria e a muralha apareçam coisas que não chamaremos nossas.

já agora, aparece no sábado em cabanas, também junto à ria e traz uns poemas.

Pedro