É um eu que provém do eu
É um eu que provém do eu
Um corpo sem corpo que parte
desta matriz primordial
de uma mãe que sou eu
de um pai que é o vento
Descaramento amniótico de um ventre
que deixa nascer e pode matar
Imagem translúcida mutável, uma
aparição que pare imprime e comprime
a imagem espectral do que sempre somos:
frutos procedentes do Outro,
seres uterinos, umbilicais
sem figuração real
sem tão pouco sabermos
se somos um ou o outro.
Miguel Godinho
Sem comentários:
Enviar um comentário