quinta-feira, dezembro 28, 2006

A rarefacção do ar
neste ambiente infectado
obriga-me a
respirar o ar que me consome, a
consumir o ar que me respira, a
definhar para respirar o ar que
consumo quando tento
respirar. É assim que
fico sem fôlego quando
respiro este ar de contágio
quando sorvo esse ar para o respirar
quando respiro de um só
fôlego esse ar que me consome.
É assim que sobrevivo,
é assim que vou existindo
neste ambiente pervertido e
é assim que me corrompo também.

Miguel Godinho

Sem comentários: