sábado, junho 08, 2013

a morte no gerúndio

é preciso começar pelo princípio, é quase uma obrigação fundamental, a base de todas as coisas: tentarmos perceber a verdade sobre nós próprios, se somos verdadeiros, se não nos andamos a enganar, se queremos realmente ser quem somos - quem somos? - se vale a pena tudo isto, se estamos habilitados a ser nós próprios, se queremos ser nós próprios, és feliz? já te perguntaste se és realmente feliz, se estás bem contigo próprio, se não vives uma ilusão, um engano barato, já te questionaste se te basta seres quem julgas ser, quem tens sido, se te bastas a ti próprio, se te ficas por aí, não estarás em falta contigo próprio, com os teus, não te estará a escapar qualquer coisa, tens falado verdade contigo próprio ultimamente? tens sido sério? não te estarás a esquecer de qualquer coisa, do sonho, daquele sonho, de ti, do que prometeste a ti próprio aqui há tempos, sabes que tudo se dissipa, tudo isto se vai, tudo se acaba sem darmos por isso, não levamos nada daqui, nada de nada, isto passa tudo tão rápido, a morte no gerúndio, já dizia o herberto, a morte no gerúndio caraças, a verdade é essa: vamos morrendo todos os dias, vamos morrendo todos os dias, ao menos que morramos de pé, como as árvores
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MG 2013

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