sexta-feira, janeiro 08, 2010

Ainda que imaginemos mundos (18)

Sempre te agradou o silêncio
de um olhar mortal
e nas palavras absentistas
que proferias,
nunca soube se por prazer
se por defeito,
eu a definhar
na quietude,
desarmado e impotente,
nas ardentes reminiscências do sangue.
Ainda resistes ao tempo,
e nesse teu olhar
experimento agora, outra vez,
os nossos mundos longínquos
(que até se tocaram).
Por um momento-instante,
neste frio invernal,
uma ideia antiga:
tudo se transfigura
mas tu, eterna,
em mim permaneces, qual rainha indecisa.
Se algum dia te conheci,
continuas sendo ilusão.
A verdade é que te descubro sempre
no delírio dos dias.

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