terça-feira, outubro 31, 2006
segunda-feira, outubro 30, 2006
A música das nossas vidas
Há tempos tive esta conversa com uns amigos e agora, quando li no Público o artigo de Vítor Belaciano [de 29 de Outubro de 2006], achei que era uma boa altura para escrever sobre o assunto. O tema da conversa e do artigo andavam à volta do excesso de música na actualidade, sobre a forma como a experimentamos e em que medida isso nos afecta. Referia-se naquele texto o facto do acesso à música estar hoje em dia demasiado facilitado e ser muito mais imediato. À distância de um clíque. Afirmava-se a necessidade de procurar a qualidade da experiência e não da quantidade, admitindo-se no entanto, a dificuldade em procurar essa mesma qualidade no meio das infinitas possibilidades. Por fim, concluía-se que o problema não está na proliferação da música mas na maneira como ela pode e deve ser consumida. Não poderia estar mais de acordo.
Antes de mais, possuir e ouvir música implica uma gestão das escolhas e das aquisições. Poderá então falar-se da necessidade de uma “dieta musical”, tal como refere Belaciano? Penso que sim. É necessário escolher, ainda que, muitas das vezes, tal seja impossível. Se pensarmos bem, já ouvimos música em todo o lado, muitas vezes imposta. Na rua, no centro comercial, na loja de roupa, no telefone (em espera), no supermercado, no elevador. No entanto, escutar a música que é imposta é uma coisa e incorporá-la nas nossas vidas é outra. Mas o que é certo é que de alguma forma essas imposições sempre nos afectam…
Há uns anos atrás, mais ou menos na altura em que apareceram os gravadores domésticos de CDs e em que na Internet se começou a disponibilizar muita música grátis, dei por mim a gravar tudo aquilo que me parecia agradável ao ouvido, passando grande parte dos meus dias a ouvir e a extrair música da web e a arquivá-la no computador e/ou CDs. Atitude que, agora me apercebo, não muito exigente (porque desregrada) e que muitas vezes resultava de escolhas que não eram totalmente voluntárias. Muitas vezes procurava na Net coisas que tinha ouvido num sítio qualquer, talvez mesmo numa loja de roupa, quem sabe? Mas, quanto a mim, a descoberta musical também passa por aí. Por outro lado, esse acesso a um leque muito grande de escolhas provocou com que a minha capacidade de selecção ficasse reduzida porque não estava habituado a lidar isso. E até conseguir perceber que não podemos usufruir tudo, andei meio baralhado, meio confuso com tanta opção. A certa altura, comecei a reparar que tinha uma colecção de CDs tão grande que, por vezes, quando os colocava no leitor nem sabia bem o que é que estava a tocar. Muitos (a maioria) nem capa tinham (porque o site não a disponibilizava), alguns nem sabia sequer o nome. Deve dizer-se que muita dessa música era simplesmente virtual, não tinha suporte físico (não a transportava para CD) e agora percebo que, pelo menos no meu entender, a música não pode ser somente virtual, tem de ter um suporte em que possamos agarrar, tocar e colocar no leitor, em que seja possível folhear o livro de apresentação do artista. Nessa altura, achava por bem gravar tudo, adquirir tudo, arquivar tudo, mesmo que não gostasse muito. Hoje em dia, a atitude é bastante diferente.
Tal como acho que ler um livro a partir de fotocópias não é exactamente a mesma coisa que folhear a obra, também acho que um CD precisa de ser original. É também por isso que nos identificamos com ele (que saudades do vinil!...). E como um original custa dinheiro (principalmente neste país!), não se pode ter tudo. E a atitude de tentar ter tudo implica uma certa desordem mental, uma incapacidade na gestão dos afectos, dos gostos. Assim, a minha maneira de resolver o problema foi passar a comprar somente originais. As escolhas passariam assim a ser mais apuradas porque só compraria aquilo que realmente gostasse e com o qual me identificasse. E resultou que passei a renunciar àquilo que gosto “mais ou menos” para passar a comprar unicamente aquilo que “gosto mesmo”. Nesse sentido acho que não importa de onde provêm as nossas escolhas porque, na realidade, nada nos é imposto mas sim proposto. Ainda assim, acho que há ambientes onde o silêncio faz muito mais sentido…
O facto de haver hoje em dia muita música e muita facilidade (talvez até demais) em aceder a ela não é, portanto, problemático, pelo menos no meu entender. É sinal de que existem mais criadores, uma maior facilidade na sua exposição e, por isso, mais formas de sentir a própria realidade uma vez que, por isso também, se nota um acesso facilitado a um conjunto de sensações que resultam dessa combinação música-ambiente-indivíduo. Assim, mais do que coleccionar tudo, o importante é coleccionar a música que faz parte de determinado período, determinada vivência ou momento da nossa vida, independentemente da forma como nos foi proposto. Para que possamos pegar nisso num outro momento da vida e vermos que tem uma contextura real e está associado a uma memória ou a um período da nossa vida. Assim, fará sempre sentido, em qualquer altura e em qualquer lugar. E, na maioria das vezes, isso não é possível com a musiquinha que nos dão no supermercado.
Miguel Godinho
Há tempos tive esta conversa com uns amigos e agora, quando li no Público o artigo de Vítor Belaciano [de 29 de Outubro de 2006], achei que era uma boa altura para escrever sobre o assunto. O tema da conversa e do artigo andavam à volta do excesso de música na actualidade, sobre a forma como a experimentamos e em que medida isso nos afecta. Referia-se naquele texto o facto do acesso à música estar hoje em dia demasiado facilitado e ser muito mais imediato. À distância de um clíque. Afirmava-se a necessidade de procurar a qualidade da experiência e não da quantidade, admitindo-se no entanto, a dificuldade em procurar essa mesma qualidade no meio das infinitas possibilidades. Por fim, concluía-se que o problema não está na proliferação da música mas na maneira como ela pode e deve ser consumida. Não poderia estar mais de acordo.
Antes de mais, possuir e ouvir música implica uma gestão das escolhas e das aquisições. Poderá então falar-se da necessidade de uma “dieta musical”, tal como refere Belaciano? Penso que sim. É necessário escolher, ainda que, muitas das vezes, tal seja impossível. Se pensarmos bem, já ouvimos música em todo o lado, muitas vezes imposta. Na rua, no centro comercial, na loja de roupa, no telefone (em espera), no supermercado, no elevador. No entanto, escutar a música que é imposta é uma coisa e incorporá-la nas nossas vidas é outra. Mas o que é certo é que de alguma forma essas imposições sempre nos afectam…
Há uns anos atrás, mais ou menos na altura em que apareceram os gravadores domésticos de CDs e em que na Internet se começou a disponibilizar muita música grátis, dei por mim a gravar tudo aquilo que me parecia agradável ao ouvido, passando grande parte dos meus dias a ouvir e a extrair música da web e a arquivá-la no computador e/ou CDs. Atitude que, agora me apercebo, não muito exigente (porque desregrada) e que muitas vezes resultava de escolhas que não eram totalmente voluntárias. Muitas vezes procurava na Net coisas que tinha ouvido num sítio qualquer, talvez mesmo numa loja de roupa, quem sabe? Mas, quanto a mim, a descoberta musical também passa por aí. Por outro lado, esse acesso a um leque muito grande de escolhas provocou com que a minha capacidade de selecção ficasse reduzida porque não estava habituado a lidar isso. E até conseguir perceber que não podemos usufruir tudo, andei meio baralhado, meio confuso com tanta opção. A certa altura, comecei a reparar que tinha uma colecção de CDs tão grande que, por vezes, quando os colocava no leitor nem sabia bem o que é que estava a tocar. Muitos (a maioria) nem capa tinham (porque o site não a disponibilizava), alguns nem sabia sequer o nome. Deve dizer-se que muita dessa música era simplesmente virtual, não tinha suporte físico (não a transportava para CD) e agora percebo que, pelo menos no meu entender, a música não pode ser somente virtual, tem de ter um suporte em que possamos agarrar, tocar e colocar no leitor, em que seja possível folhear o livro de apresentação do artista. Nessa altura, achava por bem gravar tudo, adquirir tudo, arquivar tudo, mesmo que não gostasse muito. Hoje em dia, a atitude é bastante diferente.
Tal como acho que ler um livro a partir de fotocópias não é exactamente a mesma coisa que folhear a obra, também acho que um CD precisa de ser original. É também por isso que nos identificamos com ele (que saudades do vinil!...). E como um original custa dinheiro (principalmente neste país!), não se pode ter tudo. E a atitude de tentar ter tudo implica uma certa desordem mental, uma incapacidade na gestão dos afectos, dos gostos. Assim, a minha maneira de resolver o problema foi passar a comprar somente originais. As escolhas passariam assim a ser mais apuradas porque só compraria aquilo que realmente gostasse e com o qual me identificasse. E resultou que passei a renunciar àquilo que gosto “mais ou menos” para passar a comprar unicamente aquilo que “gosto mesmo”. Nesse sentido acho que não importa de onde provêm as nossas escolhas porque, na realidade, nada nos é imposto mas sim proposto. Ainda assim, acho que há ambientes onde o silêncio faz muito mais sentido…
O facto de haver hoje em dia muita música e muita facilidade (talvez até demais) em aceder a ela não é, portanto, problemático, pelo menos no meu entender. É sinal de que existem mais criadores, uma maior facilidade na sua exposição e, por isso, mais formas de sentir a própria realidade uma vez que, por isso também, se nota um acesso facilitado a um conjunto de sensações que resultam dessa combinação música-ambiente-indivíduo. Assim, mais do que coleccionar tudo, o importante é coleccionar a música que faz parte de determinado período, determinada vivência ou momento da nossa vida, independentemente da forma como nos foi proposto. Para que possamos pegar nisso num outro momento da vida e vermos que tem uma contextura real e está associado a uma memória ou a um período da nossa vida. Assim, fará sempre sentido, em qualquer altura e em qualquer lugar. E, na maioria das vezes, isso não é possível com a musiquinha que nos dão no supermercado.
Miguel Godinho
quarta-feira, outubro 25, 2006
Um amigo de outrora
Vi um amigo de outrora.
Apresentou-me um enredo. Foi uma história tão mal contada que ninguém acreditou. Também não se importara nada com isso. Pretendia apenas uns trocos para que pudesse satisfazer o vício e perder-se de novo em sonhos e delírios heróicos que lhe acalmariam as dores físicas e a ansiedade espiritual. Daquela cabeça brotava apenas uma necessidade: colocar o cinto no braço, premir o gatilho da pistola e disparar a bala que o transportaria para o purgatório do deleite, esse limbo de lama e trepadeiras de cor escura que se afilam pelas paredes e pelos corpos estendidos, amontoados em torno daquela substância que lhes dá vida e que ao mesmo tempo os mata.
Foi triste observar esse cenário de dor.
Miguel Godinho
Vi um amigo de outrora.
Apresentou-me um enredo. Foi uma história tão mal contada que ninguém acreditou. Também não se importara nada com isso. Pretendia apenas uns trocos para que pudesse satisfazer o vício e perder-se de novo em sonhos e delírios heróicos que lhe acalmariam as dores físicas e a ansiedade espiritual. Daquela cabeça brotava apenas uma necessidade: colocar o cinto no braço, premir o gatilho da pistola e disparar a bala que o transportaria para o purgatório do deleite, esse limbo de lama e trepadeiras de cor escura que se afilam pelas paredes e pelos corpos estendidos, amontoados em torno daquela substância que lhes dá vida e que ao mesmo tempo os mata.
Foi triste observar esse cenário de dor.
Miguel Godinho
terça-feira, outubro 24, 2006
Já saiu a obra "A vinha e o vinho no Algarve - O renascer de uma velha tradição", editada pela CCDRA.
O livro foi escrito por mim e pelos profs. Orlando simões, João Luís Fontes, Luis Oliveira e João Bernardes (sendo que os últimos dois foram os coordenadores da obra), a par de outros colaboradores. Podem encontrá-lo nas livrarias (pelo menos já o encontrei à venda na Bertrand,em Faro).
segunda-feira, outubro 23, 2006
Chuva de palavras
Num lago de frases por escrever
junto a uma estrada com uma história para contar
Caminho lamacento repleto de vírgulas
E pontos de exclamação junto a uma cascata de letras
Paisagem de quadras verdes
como árvores que aguardam pelo Outono para deixar cair as estrofes
que adubarão o terreno
onde alguém há-de semear o que sente
para outros depois colherem
aquilo que também sentirão.
Miguel Godinho
Num lago de frases por escrever
junto a uma estrada com uma história para contar
Caminho lamacento repleto de vírgulas
E pontos de exclamação junto a uma cascata de letras
Paisagem de quadras verdes
como árvores que aguardam pelo Outono para deixar cair as estrofes
que adubarão o terreno
onde alguém há-de semear o que sente
para outros depois colherem
aquilo que também sentirão.
Miguel Godinho
quarta-feira, outubro 18, 2006
segunda-feira, outubro 16, 2006
sexta-feira, outubro 13, 2006
Al-gharb 1146
Não fosse a obstinação de um filho da mãe impaciente pelo direito à terra, devido à morte prematura de seu pai (seria?) e talvez ainda hoje no Gharb Al-andalus se passassem as tardes à luz de poesia e de acordes “alaúdescos”. Ao invés, esta mesma região viria a tornar-se num Portucale cristão, obsceno e altamente promíscuo, carregado de insensibilidade e intolerância perante o refinamento da cultura oriental. Como que por vingança, Allah viria a impor ao Deus Cristão uma pena que obriga ainda hoje a vida neste território (especialmente nas regiões mais a sul) a correr de uma forma mais lenta... É uma das heranças dos tempos em que a vida era branda e requintada, onde a Cultura era sublime e um dos pilares do Ser.
Após a leitura de Al-Gharb 1146 de Alberto Xavier é esta a impressão que nos fica. Esta obra de ficção histórica, recentemente lançada pela Editora Bertrand, transporta-nos para os tempos do Al-Andalus (a zona que correspondia à P. Ibérica, governada pelos muçulmanos). O Al-Gharb designava a parte mais ocidental deste território (a Lusitânia romana), inserida numa pequena parcela da Estremadura espanhola.
O autor inventa uma história a partir de dados históricos concretos, transportando o leitor para aquele passado perfumado e carregado de cor, quase que numa empresa académica, propondo ao mesmo tempo, explicações para os nomes actuais das terras, para as relações políticas, para os ambientes de época, embora as personagens não sejam mais do que o motor para apresentar o panorama histórico dos conflitos existentes à época, sendo que, muito possivelmente, e de acordo com os dados históricos, esta narrativa não foi mas poderia muito bem ter sido verídica.
Assim, somos convidados, de uma forma muito apurada e pormenorizada, a “visitar” a paisagem cultural da época, as formas de inter-relacionamento entre as várias autoridades, as ocupações das mesmas, os interesses, a alimentação, o vestuário, a visão sobre o “Outro”, a visão do mundo.
Uma proposta de leitura obrigatória. Para nos fazer almejar com o Gharb refinado e perfumado dos tempos em que este se orientava para Meca.
Miguel Godinho
publicado no "Jornal do Algarve" de 2 de Novembro de 2006
Não fosse a obstinação de um filho da mãe impaciente pelo direito à terra, devido à morte prematura de seu pai (seria?) e talvez ainda hoje no Gharb Al-andalus se passassem as tardes à luz de poesia e de acordes “alaúdescos”. Ao invés, esta mesma região viria a tornar-se num Portucale cristão, obsceno e altamente promíscuo, carregado de insensibilidade e intolerância perante o refinamento da cultura oriental. Como que por vingança, Allah viria a impor ao Deus Cristão uma pena que obriga ainda hoje a vida neste território (especialmente nas regiões mais a sul) a correr de uma forma mais lenta... É uma das heranças dos tempos em que a vida era branda e requintada, onde a Cultura era sublime e um dos pilares do Ser.
Após a leitura de Al-Gharb 1146 de Alberto Xavier é esta a impressão que nos fica. Esta obra de ficção histórica, recentemente lançada pela Editora Bertrand, transporta-nos para os tempos do Al-Andalus (a zona que correspondia à P. Ibérica, governada pelos muçulmanos). O Al-Gharb designava a parte mais ocidental deste território (a Lusitânia romana), inserida numa pequena parcela da Estremadura espanhola.
O autor inventa uma história a partir de dados históricos concretos, transportando o leitor para aquele passado perfumado e carregado de cor, quase que numa empresa académica, propondo ao mesmo tempo, explicações para os nomes actuais das terras, para as relações políticas, para os ambientes de época, embora as personagens não sejam mais do que o motor para apresentar o panorama histórico dos conflitos existentes à época, sendo que, muito possivelmente, e de acordo com os dados históricos, esta narrativa não foi mas poderia muito bem ter sido verídica.
Assim, somos convidados, de uma forma muito apurada e pormenorizada, a “visitar” a paisagem cultural da época, as formas de inter-relacionamento entre as várias autoridades, as ocupações das mesmas, os interesses, a alimentação, o vestuário, a visão sobre o “Outro”, a visão do mundo.
Uma proposta de leitura obrigatória. Para nos fazer almejar com o Gharb refinado e perfumado dos tempos em que este se orientava para Meca.
Miguel Godinho
publicado no "Jornal do Algarve" de 2 de Novembro de 2006
quinta-feira, outubro 12, 2006
O dia nasceu sombrio
A água do lago estava turva e a chuva que começou a brotar dos ceús vinha suja, enegrecida pelo fumo daquela fábrica lá ao longe.
Despi-me e entrei na água como que a carecer de uma ablução. Sabia que água não estava limpa mas ainda assim entrei, mesmo sabendo de antemão que de lá não sairia lavado. É daquelas coisas que não podemos controlar, temos simplesmente de atender aos instintos porque não há outra forma. Perguntas-me se realmente sabia o que estava a fazer. Não importa, nem sequer pensei nisso. Fi-lo. Sujei-me e chafurdei na lama. Foi o melhor banho que alguma vez tomei. Lavou-me a alma.
Miguel Godinho
A água do lago estava turva e a chuva que começou a brotar dos ceús vinha suja, enegrecida pelo fumo daquela fábrica lá ao longe.
Despi-me e entrei na água como que a carecer de uma ablução. Sabia que água não estava limpa mas ainda assim entrei, mesmo sabendo de antemão que de lá não sairia lavado. É daquelas coisas que não podemos controlar, temos simplesmente de atender aos instintos porque não há outra forma. Perguntas-me se realmente sabia o que estava a fazer. Não importa, nem sequer pensei nisso. Fi-lo. Sujei-me e chafurdei na lama. Foi o melhor banho que alguma vez tomei. Lavou-me a alma.
Miguel Godinho
terça-feira, outubro 10, 2006
Uma demorada ausência para contemplar as belas paisagens da Tunísia e aperceber-me uma vez mais que este Algarve onde agora regresso pertence a uma grande casa de família com vista para o mediterrâneo, esse grande pátio comum que agrega à sua volta um casario branco com pinceladas de azul de onde se avistam oliveiras, alfarrobeiras e laranjeiras. E sobretudo, mediterrânicos(as) de tez bronzeada.
Miguel Godinho
Miguel Godinho
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