Um poema de um poeta esquecido de Cacela:
Desilusão
Para quê altos troféus, glória dourada?
Se jamais hei-de, um dia, possuir,
No meu incerto e árido porvir,
A companheira ideal, a Desejada?
Se, em nossa curta ou longa caminhada,
Só do pequeno ou grande amor o rir
É o único bem que faz brotar, florir
Graça etérea, em eterna madrugada!
Que, em eflúvios, arroubos de ternura,
Desce suavemente ao coração,
Ungindo-o de prazer e de ventura.
Tudo o mais é poeira, é ilusão,
Que, ao mais leve sinal, se transfigura
A emergir-nos da dor na escuridão.
Adolfo C. Gago
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