Depois de um longo período introspectivo, eis que regresso com o meu tema preferido...
Os nossos dias (15)
Estou sim, muito bom dia senhor engenheiro,
faça o favor de dizer
(nada no espírito que valha a pena expressar
a caneta resvala-me da mão enquanto me perco
no infinito. O vazio do papel, um espelho
uma ausência enquanto atendo senhores engenheiros)
claro que sim, senhor engenheiro, sempre que o desejar
(uma carreira fingida que resplandece
numa sociedade aberrante
só para saldar as múltiplas despesas
de uma vida aparentemente burguesa)
adeus, muito boa tarde, senhor engenheiro
faça o favor de ligar sempre que quiser
Miguel Godinho
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