segunda-feira, fevereiro 13, 2006

As praias que se vão

As cores deste progresso
Por cá são mais esquivas.
Marés politizadas por vontades egoístas
Que gritam morte aos desabonados
Condenam à extinção os desterrados.

Suplicam os barcos mortos na Ria
Por um último banho de mar
Recusam o destino imposto
De uma faina que não mais é.
Permitem-se crescer os corrompidos
Fazem-se cair os indefensáveis
Convertem-se as esperanças em derrotas
Adivinha-se o dia que se tornou noite.

As praias que se vão...

Miguel Godinho

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