e quantas pessoas trago eu dentro de mim, quantos amigos, quanto
amor, muito amor, ninguém está escondido dentro de mim, ninguém está oculto, ninguém
vale pouco, toda a gente vale uma fortuna, estou milionário de pessoas, o
discurso de gratidão não tem fim, é complexo demais para ser traduzido em palavras, sinto-me apinhado de bons sujeitos, repleto de boas famílias, levarei
muita gente comigo quando tudo isto terminar, muitas memórias, muitas mãos que
me agarraram e que não me deixaram cair, que não permitiram que caísse para dentro da melancolia
do mundo, para dentro da melancolia do eu, ainda que muitas vezes me sinta sozinho, ainda que nunca exista da forma
que gostaria de existir, e será que existo mesmo, será que existo, será que me perdoam,
será que se incomodam por achar que poucas certezas tenho para além desta, que
nada sei, eu que às vezes julgo saber tudo, eu que tantas vezes até queria ser
outro, eu que às vezes preciso tanto de ser visto, eu que nunca quis
ser óbvio, eu que quero tanto, mas que no fundo preciso de tão pouco
.
mg 2013
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