conseguias deixar-me sempre tão desarmado com as tuas ideias simples sobre a vida que levávamos, sobre os dias que me pareciam tão vazios, dias desertos, dias que se prolongavam interminavelmente, nós sentados, tardes inteiras sentados junto à linha do comboio a olhar a ria e os barcos que de um lado para o outro rasgavam as águas, sentados à espera que o amanhã chegasse, quem disse que o amanhã nunca haveria de chegar, quem disse que esses dias não haveriam de dar lugar a dias diferentes, tu a esclareceres que o mundo era assim porque éramos jovens e estávamos entediados, o mundo não seria sempre assim, o mundo era aquilo que nós quiséssemos que o mundo fosse, haveríamos de descobrir que o mundo se viria a tornar naquilo que nós quisemos, que há sempre uma altura para tudo, cada vez me convenço mais que há uma altura para tudo, que o mundo de facto se torna naquilo que nós desejamos, as escolhas somos nós que as fazemos, a responsabilidade é nossa, ainda que nem sempre tenhamos consciência que a responsabilidade é nossa
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mg 2013
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