Ela bem tentou explicar-lhe
o problema
de
uma forma simples
e
descontraída:
em
qualquer país civilizado
se
estivesse a ser julgada
por
um crime passional, orçamental
ou
qualquer coisa parecida,
o
Estado podia achar
que
queria fugir
e,
por isso,
tentava
impedi-la,
retirando-lhe
o passaporte.
O
passaporte, ao contrário
do que muita gente pensa,
é
uma concessão
e não um direito.
O
amor deles devia ter
funcionado numa lógica semelhante
mas com uma pequena diferença:
devia ter sido, sim, uma entrega temporária,
condicionada
a um
determinado conjunto
de
regras ou leis
que,
por norma,
e como em qualquer relação civilizada,
podiam ter sido
revogáveis; o passaporte,
no entanto,
era uma coisa que nunca
ele lhe deveria ter confiscado
quando a atingiu
com dois tiros na loucura
do amor
MG 2012