segunda-feira, agosto 02, 2010

A ilha da praia (3)

Naqueles dias
a maré jogava-nos contra o concreto
empurrando-nos para um poema fácil
os aviões nocturnos pareciam baleias celestes
e o silêncio deixava-nos à deriva.
Nas garrafas de sagres que davam à costa
nunca descobri uma mensagem de alguém que se perdera
mas descobri-me a mim
e nunca era tarde, havia sempre tempo para ver
quem tombava primeiro
hoje já não há lodo como havia
e cada vez é mais difícil estender a toalha

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