segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Ainda que imaginemos mundos (21)

A claridade nunca
verbaliza o perfume
ou desenha o sublime
enquanto a idade passa por mim.
Ainda assim
por debaixo da sombra
tento percorrer o rigor
mas acabo por preferir
o investimento na ilusão,
na vontade de uma outra coisa,
na vontade de ser eu, e é assim
que desligo da realidade.
Poderei algum dia chegar
de onde vim, perceber
para onde vou,
e porque sou?
Talvez uma ausência eterna
me impeça de perceber este lugar
mas sossego, porque um dia
a verdade permanecerá
no silêncio destas palavras

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