segunda-feira, novembro 23, 2009

Ainda que imaginemos mundos (11)

Enquanto grito o silêncio desta evidente submissão
prostro-me vergo-me deito-me calo-me
de frente para ti imagino-me eu outra vez
mas na revolta amarga da memória,
o cenário animal
sempre o cenário animal

É estranho como ainda assim
desejo o regresso dessa ausência elegante
e uma outra verdade que aquiete o cilício.

Eu num novo eu
ou a vida num mundo ao contrário

Miguel Godinho

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