quinta-feira, outubro 08, 2009

Os mesmos dias (5)

Como balas, as palavras quietas, os sons silenciosos,
aquela mudez mortífera – é esta a verdadeira guerra dos dias:
os gritos da tua, da minha, da nossa dor
que escondemos para não magoar

Vivemos calados com tanto para dizer
e nestes silêncios impotentes
desejamos o que por entre dentes não falamos
para não ferir
enquanto morremos

O sonho: uma fuga desta gruta onde ninguém nos escuta,
onde não temos voz.
Não nos sentimos vivos assim.
Não somos aquilo que um dia sonhámos ser
mas não sabemos dizê-lo

http://www.youtube.com/watch?v=uKTcJqkfzNU

Miguel Godinho

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