quinta-feira, outubro 22, 2009

(…) Esta noite os teus passos irromperam outra vez, desconcertados, na minha direcção. É estranho como os teus tentáculos me protegeram um dia. Tolheste-me a vida para sempre mas lá regressarei outra vez, desfeito. É estranho.


Agora circulo na solidão. E tu regressas sempre assim, pela calada, e eu permito a tua ausência e sou feliz porque... sinto-me vivo nestas tuas investidas nocturnas em que me atacas. Existo só nestes dias de inoperância mas ainda te imagino aqui, da mesma forma, intemporal. Onde habitas que eu já não sei? Já nada sei sobre nós…

A verdade é que a tua face ainda dirige os meus sonhos e eu de medo vou dissolvendo a escuridão desta quimera com o suor que me brota do olhar. E o teu olhar fora do tempo, como um projéctil perdido... Ah, o teu olhar... (…)

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