sábado, fevereiro 16, 2008

O grito

É este o grito na demência da tarde
a vida num punhal cravado na folha inocente
descrevendo emoções repletas de sonhos perdidos

o silêncio por debaixo das frases atravessadas
de memórias inundadas de esterco
e o olhar perdido ao canto da sala
desenhando a inércia

faz tanto tempo que não consigo
sentir a magia das coisas simples
às vezes parece que alguém que não eu
instituiu uma nova verdade para o olhar
separando-me do que realmente importa

Miguel Godinho

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