segunda-feira, fevereiro 04, 2008

O fruto proibido

Uma ansiedade incontrolável
enquanto não são horas de te aspergir novamente
os lábios enxutos e deixar depois a saliva
escorrer pelo pescoço como se fosse
uma ribeira de luxúria em que me afogo

Imagino-te já desprovida de roupagens
descalça numa concha de um cetim índigo
com os cabelos soltos nos ombros nus
numa provocação premeditada

Já sonho acordado contigo meu amor
prometo-te que esta noite não terá fim
deixemos que os nossos corpos sejam prensados um contra o outro
pela tensão dos céus
e que os remorsos nos incomodem só pela manhã
(quando acordarmos)

Miguel Godinho

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