O real
Às vezes perdes-te
na percepção do tempo
e os canais da inteligência
violentam-te o entendimento
como se fosse razoável
esse caminho errante
é então que regressas
àquele olhar inocente
às paixões indizíveis
da loucura dos 18
esquecendo-te do guião
deste filme em que te meteste
às vezes perdes-te
nesse desejo de retorno
ao sofá da adolescência
como se pudesse
existir sensatez no facto de
termos de permanecer sempre
amarrados à brutalidade do real
ou lá o que quer que se chame
àquilo que nos obriga
a esquecer o interessante da vida
Miguel Godinho
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