O poeta inseguro
O poeta inseguro olhava atento o mundo,
percorrendo todos os pormenores, qual leão faminto
que persegue a gazela, enquanto reparava
naqueles que a seu lado marchavam
sem a necessidade de cálculos pré-fabricados
para direccionar o olhar e escrever todos os instantes.
De novo, aquelas questões na sua cabeça:
Por que raio a convicção na verdade do olhar?
Para quê as repetidas notas sobre as coisas?
Não serão mais poéticos os instantes que se apagam
sem ninguém para os registar?
Miguel Godinho
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