segunda-feira, março 26, 2007

Os pedintes

Nas mãos do incerto
somos pedintes
como que
palavras enviadas
às páginas virgens
no branco imaculado
dos terrenos fecundos

somos pedintes

consumidos na tempestade
das idades incertas
à guarda do vento e da chuva
numa rebelião de glórias fortuitas
à espera das horas
que os minutos devolvem
às garras do tempo

Miguel Godinho

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