A força das correntes
Rios de mim
por entre as colinas
de relevos irregulares
essas águas que correm
livres
entre as margens do ser
transportando os
seixos rolados
também as pedras viajam
também elas se desgastam
moldando-se
à força das correntes
Miguel Godinho
quinta-feira, março 29, 2007
terça-feira, março 27, 2007
segunda-feira, março 26, 2007
Os pedintes
Nas mãos do incerto
somos pedintes
como que
palavras enviadas
às páginas virgens
no branco imaculado
dos terrenos fecundos
somos pedintes
consumidos na tempestade
das idades incertas
à guarda do vento e da chuva
numa rebelião de glórias fortuitas
à espera das horas
que os minutos devolvem
às garras do tempo
Miguel Godinho
Nas mãos do incerto
somos pedintes
como que
palavras enviadas
às páginas virgens
no branco imaculado
dos terrenos fecundos
somos pedintes
consumidos na tempestade
das idades incertas
à guarda do vento e da chuva
numa rebelião de glórias fortuitas
à espera das horas
que os minutos devolvem
às garras do tempo
Miguel Godinho
domingo, março 25, 2007
Os tempos indefinidos
Alumiaste a ruela
dos tempos indefinidos
mas agora
assim sem mais
restam apenas as memórias caídas
de um passado violento
a recordação do tempo em que
te incendiavas
procurando o deleite
de um presente diverso
apagou-se
no desejo que te ajeitava,
é como se
a tinta desses destroços reminiscentes
tivesse caído
e o cimento que sustinha
os pilares do teu ser
se desfizesse em pó
esse pó que se cheira e se espirra
Miguel Godinho
Alumiaste a ruela
dos tempos indefinidos
mas agora
assim sem mais
restam apenas as memórias caídas
de um passado violento
a recordação do tempo em que
te incendiavas
procurando o deleite
de um presente diverso
apagou-se
no desejo que te ajeitava,
é como se
a tinta desses destroços reminiscentes
tivesse caído
e o cimento que sustinha
os pilares do teu ser
se desfizesse em pó
esse pó que se cheira e se espirra
Miguel Godinho
quinta-feira, março 22, 2007
A opacidade que te envolve
O ar metálico da tua face
nos olhos que te observam
uma gema sedutora
uma nódoa de sangue
infliges uma embriaguês magnética
uma espiral que adormece
sinto-me fantoche às tuas ordens
boneco zonzo sem liberdade
mas
abstrais-te do prazer
ajeitas-te para as investidas
e a opacidade que te envolve
desvia-te desses atributos
Miguel Godinho
O ar metálico da tua face
nos olhos que te observam
uma gema sedutora
uma nódoa de sangue
infliges uma embriaguês magnética
uma espiral que adormece
sinto-me fantoche às tuas ordens
boneco zonzo sem liberdade
mas
abstrais-te do prazer
ajeitas-te para as investidas
e a opacidade que te envolve
desvia-te desses atributos
Miguel Godinho
quarta-feira, março 21, 2007
As invenções ardis
Todas as minhas ideias
são sobre ti
destroços de danças
em palavras soltas e
alegrias breves em
textos sem pontuação
mas
deita-te a meu lado
quando quiseres
lembra-te do tempo
em que nem eu nem tu
éramos nós: dança
nas palavras soltas,
nas memórias curtas de
risos breves e
quadras largas
estas são
as invenções ardis
engendradas para combater
a nossa ausência
agora
Miguel Godinho
Todas as minhas ideias
são sobre ti
destroços de danças
em palavras soltas e
alegrias breves em
textos sem pontuação
mas
deita-te a meu lado
quando quiseres
lembra-te do tempo
em que nem eu nem tu
éramos nós: dança
nas palavras soltas,
nas memórias curtas de
risos breves e
quadras largas
estas são
as invenções ardis
engendradas para combater
a nossa ausência
agora
Miguel Godinho
terça-feira, março 20, 2007
sábado, março 17, 2007
Há poesia nas ideias breves
Há poesia nas ideias breves
pedaços de magia que brotam intensos
reflexões românticas que vêm e vão
imensos rasgos de luz concisa
embriaguez de sonhos curtos
momentos estreitos que o vento conduz
essas meditações tão sumárias
só os românticos as tentam agarrar
riscando cadernos em noites escuras
como se a poesia dessas ideias
não existisse no momento
em que se as esquece
Miguel Godinho
A ausência II
O cansaço cicatrizou-te a súplica e
o desejo de retorno a um tempo
sem tempo esfumou-se por
entre este universo de quimeras
que habitas
agora
só resta o estigma que assevera a dor
e a dor que afirma a ausência
a tua
Miguel Godinho
Há poesia nas ideias breves
pedaços de magia que brotam intensos
reflexões românticas que vêm e vão
imensos rasgos de luz concisa
embriaguez de sonhos curtos
momentos estreitos que o vento conduz
essas meditações tão sumárias
só os românticos as tentam agarrar
riscando cadernos em noites escuras
como se a poesia dessas ideias
não existisse no momento
em que se as esquece
Miguel Godinho
A ausência II
O cansaço cicatrizou-te a súplica e
o desejo de retorno a um tempo
sem tempo esfumou-se por
entre este universo de quimeras
que habitas
agora
só resta o estigma que assevera a dor
e a dor que afirma a ausência
a tua
Miguel Godinho
quarta-feira, março 14, 2007
domingo, março 11, 2007
terça-feira, março 06, 2007
O afirmar da constância
A promulgação do sol de Março
autoriza a cor que adorna
as arenas onde
a luta pela continuidade permite
o romper do novo
Estas elites floridas que surgem
nos campos expostos aos primeiros raios
não é mais que o despontar do que
se renova, idade após idade
como se a mutação dos mantos fosse
o afirmar da constância
esse pigmento inato que nunca se altera
Miguel Godinho
A promulgação do sol de Março
autoriza a cor que adorna
as arenas onde
a luta pela continuidade permite
o romper do novo
Estas elites floridas que surgem
nos campos expostos aos primeiros raios
não é mais que o despontar do que
se renova, idade após idade
como se a mutação dos mantos fosse
o afirmar da constância
esse pigmento inato que nunca se altera
Miguel Godinho
domingo, março 04, 2007
Não te lembras de quem és
Não te lembras de quem és
o silêncio que te acompanha
as cores escuras que te vestem
Confessas uma ausência
uma demora hesitante
marcas o compasso como se
almejasses um retorno à ideia
a ideia de quem eras
- um tempo de lágrimas imutáveis
essas pingas de cor que te amparam
mas
não te lembras de quem és
Miguel Godinho
Não te lembras de quem és
o silêncio que te acompanha
as cores escuras que te vestem
Confessas uma ausência
uma demora hesitante
marcas o compasso como se
almejasses um retorno à ideia
a ideia de quem eras
- um tempo de lágrimas imutáveis
essas pingas de cor que te amparam
mas
não te lembras de quem és
Miguel Godinho
sexta-feira, março 02, 2007
Subscrever:
Mensagens (Atom)