segunda-feira, novembro 13, 2006

Memória que se esquece

Curva descendente
no cantar que enrouquece
na memória que se esquece
saber de ontem
numa versão falada
e ninguém escreve
caneta que perde a tinta
numa mão que atrofia
gelado que se derrete nas mãos do tempo

Devolve-se à terra o que é seu
o que dela nunca devia ter brotado
flor que murcha e que se aplaude
ninguém se importa com isso

Miguel Godinho

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