sexta-feira, março 17, 2006

Semáforo [i]moral

Reaviva-se na mente
uma vontade de explodir
Solta-se um pensamento que caduca a sanidade.
Entrega-se a alma
ao som de um terror
Anestesia-se este corpo, preparando-o para esquecer

Despreza-se por ora esta higiene mental.

Descura-se a rigidez a que nos impusemos
De novo, a necessidade de alienação. Escape. Frescura mental.
Quão bom é poder sentir
este quebrar de rotina
Quão mau é experimentar essa culpa.

Uma necessidade de despudor
Como que se a dor valesse a pena.
Como que se o inferno fosse irmão da claridade.
Luz de sangue, defeito clemente.
Rasgo de negritude alva numa alma programada
Por um semáforo [i]moral.

Nota: A moralidade só se distingue da imoralidade por causa de uma letra.

Miguel Godinho

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