confirmo-te que sim,
que continuaremos sempre a fazer coisas absolutamente erradas, coisas que poderão vir a correr mal, até porque se correrem mal é porque nunca poderiam ter corrido bem,
podemos sempre julgar que aprendemos com isso, quando na verdade nunca
aprendemos nada e voltamos sempre a repetir tudo uma e outra vez: as mesmas
asneiras, os disparates de sempre; seremos sempre jovens inconscientes e
instáveis, felizes na imprudência e no descuido, e é tão bom precipitarmo-nos
de uma escarpa, como se fossemos mesmo a tombar, sentirmos aquele frio na
barriga de quase perdermos o chão, porque sentir que se está mesmo a perder o
chão dá-nos a certeza de que a sorte não nos pertence, que não somos de modo
algum senhores do nosso destino; e tudo faremos para não vivermos só de dias
óbvios e calculáveis, teremos filhos teimosos que darão continuidade às nossas
vidas de indefinição, e que nos trarão com certeza muitas dores de cabeça,
partirão coisas e serão muito rebeldes, porque a rebeldia é sinónimo de
liberdade; e seremos felizes na indeterminação, porque de indeterminação é feita a
vida, de imprevisibilidade, de encostas abruptas, de dúvidas, do resultado dos descuidos e dos desacertos, se não que interesse teria o mundo se nos joelhos não
transportássemos todos os rasgões das nossas quedas
.
mg 2013
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