quarta-feira, setembro 04, 2013

está tudo igual

está tudo igual, sabemos perfeitamente que o futuro ainda não começou nem começará brevemente, que o amanhã custará a chegar, aquele dia em que seremos felizes, centralmente felizes, diversamente felizes, imensamente felizes; tudo persiste nestes minutos que passam, o eixo das horas rola justamente sobre nós, em cima de nós - está tudo igual - nada se alterou, tudo nos oprime, esta realidade densa, indisciplinada, a inevitabilidade do mundo, as coisas modernas que só servem para nos iludir, já não há questões fundamentais, tudo é secundário, os procedimentos urbanos, o poder económico a mandar em ti: faz isto, compra isto, olha para isto, desliga-te daquilo, vai para aqui, vai para ali; a desconsideração pela história e pela cultura, a irrelevância – tudo é irrelevante, as verdades que conhecíamos, os nossos – quem são os nossos agora?, tudo partiu ou está para partir: somos voláteis e não dialogamos mais, isso não traz felicidade, isso não dá dinheiro, isso não conta mais, o que importa é descontarmos, darmos o desconto, ignorarmos e sermos ignorantes, ignorarmos e sermos ignorantes
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mg 2013

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