terça-feira, setembro 17, 2013

há qualquer coisa

já sabias que mais cedo ou mais tarde haveria de escrever um texto meloso como este; porque constantemente fazes questão de me lembrar que todos os dias devemos empenhar-nos na construção de um mundo só nosso - não de uma casa, não de uma conta bancária, não de uma mentira, mas de um mundo - um mundo inteiro cheio de coisas imensas, cheio de amor, cheio de tudo aquilo que conseguirmos meter lá dentro, cheio de vida; porque daqui a uns anos vamos com certeza ser capazes de nos comover com esta história; porque esta é a história que vamos querer contar aos nossos filhos (e que vamos querer que eles se encarreguem depois de contar às gerações futuras), esta é a história que nos emociona sempre que pensamos na grande probabilidade da mesma se vir a realizar, e nos faz chorar – mesmo quando não há nada para chorar – ao imaginarmos a remota hipótese dela não se vir a concretizar; porque a verdade é que todos os dias devemos ser capazes de chorar por tudo e por nada – saber chorar é uma qualidade, tentarmos ser felizes porque o que importa é sermos felizes – saber ser feliz também dá trabalho – e aceitarmos o que a vida nos dá e desejarmos sempre mais e mais felicidade, agarrarmos a vida pela mão, deixarmo-nos conduzir por ela, não permitimos que nada nos escape: esta é a nossa vida e não há-de haver outra; um dia saberemos reconhecer a importância de tudo isto quando olharmos para trás e nos revirmos: se ainda agora podemos constatar que o amor não encolheu, é porque há qualquer coisa de mágico e de imortal nesta nossa simples pretensão, há qualquer coisa de mágico em nós
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mg 2013

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